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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Patriotismo? FAIL

Friozinho raro, último dia do feriadão.
Caraca, eu não lembrava de uma chuva tão boa em Itaituba, ainda mais por dois dias seguidos. Geralmente, aqui é tão calor, mas tão calor, que você sair do banho suando. –q
Acordei uma hora da tarde, arrancada do colchão afundado que tenho desde os 3 anos (eu não cabia mais no do berço) pela minha irmã, para poder almoçar. Droga de pirralha.
Mas voltemos no tempo para contar o ontem, o dia da Independência, quando nosso querido D. Pedro gritou “Tamo livre, porra”.
Não foi assim? Ah, mas é parecido, não?
Bem, sei que passei a última tarde de setembro enfiada na casa do Gustavo fazendo bolinhos de chocolate, na calçada de casa correndo atrás de cachorros e gatos e com uma roupa sedutora de secretária de escritório de advocacia na avenida Beira-Rio.
A verdade é que eu me orgulho do amor ao Brasil que tenho, mesmo que não seja dos melhores. Mas desfiles à parte, quem realmente liga para isso no meu colégio. Nessa cidade, todo mundo quer impressionar com a melhor banda, melhor apresentação, e os roubos de idéias são muito frequentes.
Wee, chego o esperado momento, patriotismo toma conta, e há um mês os pelotões do colégio começaram a ensaiar, coisa de louco. Para verem como nossa escola é preocupada com nosso futuro: certos alunos perdiam cerca de duas aulas por dia para ensaios, prova de roupa etc. Mas não tem problema, porque o espetáculo para a pátria é o que importa, a educação fica em segundo plano.
Tenho sorte de morar quase dentro da concentração. Dá pra ver quando está mais ou menos cheio e finalmente começar a colocar minha linda roupa de secretária/aeromoça cinza. Força na peruca, coloca o quepe (QUEPE, VÊ SE PODE).
Na concentração, vi uns caras passando, vestidos de algo que parecia ser cosplay de Harry Potter. Curiosa, fiquei olhando eles de perto, com o pretexto de comprar água.
Até que, não é que ouço um deles vindo em minha direção e dizendo:
_E aí, Yasmim, tudo bem?
Ok, era o Adriano, eu havia reconhecido, mas não achei que ele fosse me reconhecer.
_Oi, Adriano!
Após ele me apresentar um amigo gatinho ao seu lado, comentei:
_Meu Deus, a roupa de vocês é a melhor do desfile.
_Nós vamos desfilar pelo Demoladers.
Nessa hora, quase enfio minha cara no chão. Como pude confundir o uniforme do colégio com o da Maçonaria?
_Bem, a galera está comentando que vocês parecem uns dráculas – eu ri.
_Defende a gente lá, ok? – ele brincou.

O desfile demorou séeeeeeeeeeculos para começar. Fiquei conversando com a Bia, algumas garotas do meu pilotão e meu sempre fiel escudeiro, André.
O desfile foi como todos os anos: chato. Meio milhão de pessoas nos vendo andar – andar! – em homenagem ao país.
Bem, para completar a alegria do povão nas arquibancadas, a banda colégio tocou Paparazzi, da Lady GaGa. – TENSO, no mínimo, por assim dizer. E a galera foi à loucura, é claro.
Pelo menos, o desfile foi motivo para comermos uma pizza no meio da semana, e termos um dia a mais de feriado.

Os dias estão ficando estranhos para mim. Meu comportamento, antes alegre e serelepe, anda cabisbaixo e constantemente cansado. Não falo gírias toscas, leio demais, não assisto mais tv, discuto com pai constantemente por sua falta de senso ético e minha falta de paciência, xingo o pedreiro, tenho aversão a qualquer garota fresca, pela quais antes eu já tinha desprezo, mas adorava usar como forma de divertimento (por favor, entendam o que quero dizer), lamento por não ter uma vida social depois que descobri que Lucas e Álvaro tem sete festas para ir essa mês e minha mãe finalmente descobriu que tenho um blog.
-Tenho que tomar mais cuidado com o que escrevo.

Desculpem-me por essa porcaria, @YasmimmLopes

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