Em busca de mim

Eu tô crescendo. Eu tô crescendo eu não havia reparado nisso. Claro, eu sei que tenho tamanho de garota de 16 anos, mas eu tenho 12. Acho que só me dei conta de que to mudando e amadurecendo nesse domingo, quando eu e minha irmã descíamos do carro. Desci pelo lado da rua e ela pela calçada.
_Yasmim, desce por aqui.
Aí eu respondi.
_Sei o que estou fazendo.
Confuso? Confesso que concordo. Idiota, besta? Depende do ponto de vista. Meu aniversário é na quinta. 13. Nunca me imaginei chegando nessa idade. Tu pode dizer “nossa, a pirralha acha que vai fazer 18”, mas não é isso. Volta no tempo e lembra dos teus 13. Dizem que é à entrada da adolescência. Eu até que acredito, apesar de não ser dessas baladeiras que só querem festa, bebida e cara bonito para agarrar. Piff. Sei lá se é mesmo, sei que to mudando, me conscientizando, perdendo um pouco desse meu excesso de ingenuidade e virando mais... EU. To virando alguém que tem opinião, to deixando de “ir com a galera” e to fazendo o que eu quero. Ainda sendo a maior nerd da sala, a Yasmim que sempre é a primeira ajudar e a última a ser ajudada, mas, essa sou eu. Escolho meus cds, compro meus livros, faço meus blogs e não ligo à mínima se meus pais reclamam dos meus amigos. Ainda não sou independente e não passo nem perto disso, mas eu to indo no caminho que todo mundo tem que trilhar um dia: o da formação da identidade. Mais cedo ou mais tarde, você tem que sair de casa, seguir seu rumo, seja ele qual for. Uma faculdade, um trabalho, um casamento, sei lá. Uma carreira que depois tu pode olhar pra trás e dizer “essa é a minha história”. É claro que nem todo mundo tem sucesso, e todo o dia eu to lutando para não acabar assim. Continuando a amiga de todas as horas, a nerd, a blogueira, a ingênua que sempre vai acreditar no lado bom dos seres-humanos, mesmo que às vezes ele seja pequeno de mais para acreditarmos que ele existe, a que vai se apaixonar fácil por todo cara inteligente que nenhuma das meninas sequer olhou, que vai continuar gostando de Engenheiros do Hawaii, Jonas Brothers, Creedence e The Veronicas, mesmo os estilos sendo tão diferentes, tentando imitar os solos do U2, cantando Cazuza no meio da aula, e aí quando percebe que tá todo mundo olhando, baixa e cabeça e afunda na cadeira, aquela que canta e dança FTSK na boa em casa, quando está sozinha, a que fica acordada até tarde, mesmo tendo aula e todo dia promete a si mesma que “vai dormir mais cedo amanhã”.Talvez essas coisas nunca mudem.
E um dia eu vou me orgulhar disso.

@yasmimlopes – ah, é, eu me rendi à globalização e fiz um twitter.